21 de outubro de 2017

A vez de Ivo Oliveira. Mais uma medalha para Portugal

(Fotografia: Roberto Bettini/Federação Portuguesa de Ciclismo)
Ao perder uma final fica inevitavelmente uma sensação de derrota, mesmo que ela venha acompanhada por uma medalha de prata. Talvez seja por isso que tenha custado a Ivo Oliveira sorrir quando subiu ao pódio. Mas tem todas as razões para estar feliz. Esta foi uma medalha de prata ganha e não como compensação por não ter conseguido o ouro. Este foi um excelente resultado para um jovem de 21 anos, que ainda há três meses estava a competir nos Europeus de sub-23 e que agora está a conquistar medalhas na elite e com exibições ao nível dos melhores do mundo. Na sexta-feira Rui Oliveira conquistou a primeira medalha de sempre para Portugal numa competição de pista em elite com o bronze na prova de eliminação, agora o irmão gémeo ganhou a prata na perseguição.

O objectivo mínimo para Ivo Oliveira era disputar pelo menos o terceiro lugar nos Europeus de Berlim. O ciclista foi mesmo à final com o tempo de 4.14.570, um recorde nacional para esta prova de quatro quilómetros e o mais rápido das qualificações. Com a prata garantida, era normal sonhar mais alto. Ivo tentou, mas Filippo Ganna - italiano também de 21 anos, que representa a UAE Team Emirates - geriu melhor o esforço numa final de jovens talentos. Apesar do corredor de Gaia ter saído na frente, Ganna, campeão do mundo em 2016, manteve-se fiel à sua táctica de corrida, recuperando o tempo perdido e deixando Ivo Oliveira a cerca de três segundos.


Ivo Oliveira, Filippo Ganna e o alemão Domenic Weinstein
(Fotografia: Roberto Bettini/Federação Portuguesa de Ciclismo)
"Foi um dia excelente para Portugal. O Ivo fez a melhor corrida de sempre na qualificação, um desempenho fantástico, cumprindo o que ambicionávamos e que tínhamos como objectivo para a competição: a passagem à final. O resultado conseguido é um marco histórico para o ciclismo português, que nos deve orgulhar a todos", salientou o seleccionador nacional Gabriel Mendes, em declarações à Federação Portuguesa de Ciclismo.

A selecção portuguesa superou as expectativas com as duas medalhas. O seleccionador Gabriel Mendes está a tentar garantir um inédito apuramento olímpico nesta vertente e é uma possibilidade que parece cada vez mais provável de se tornar realidade. E há que ter em conta que faltam mais de dois anos para Tóquio2020, dois anos para evolução dos ciclistas com grande margem de progressão, com os gémeos Oliveira à cabeça, mas com mais a apresentarem potencial, casos de César Martingil e João Matias, os restantes eleitos para estarem nestes Europeus de Berlim.

Martingil esteve hoje na corrida por pontos, naquela que foi a sua estreia a este nível, mas não conseguiu terminar. Gabriel Mendes fala de falta de experiência: "O César tem valor e potencial, mas precisa de mais experiência para estar mais preparado para competições com este grau de exigência."

Portugal fecha esta brilhante participação nos Europeus com a participação no madison este domingo. Ivo Oliveira e João Matias serão os representantes.

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