26 de setembro de 2017

Contador e as voltas perdidas por doping: "Uma das maiores injustiças no desporto"

(Fotografia: Facebook Alberto Contador)
A saga de entrevistas continua. Alberto Contador vai fazendo uma espécie de ronda pelos meios de comunicação sociais espanhóis e abordando vários aspectos da sua carreira. Desta vez falou sobre um dos temas que mais o melindra: a suspensão por doping. Ficou conhecido como o caso do "bife à Contador", já que o espanhol defendeu-se dizendo que teria comido um bife contaminado com a substância (clembuterol) que acabou por levar a uma suspensão e à perda do Tour de 2010 e do Giro de 2011.

Nessa Volta a Itália, Contador competiu enquanto esperava pela resolução do caso. Ganhou, mas como foi decidido que o espanhol deveria cumprir uma suspensão de dois anos, o ciclista ficou sem esse Giro, com Michele Scarponi a ser proclamado o vencedor. "É uma tremenda injustiça. O palmarés final são três coroas triplas. As pessoas que demonstraram interesse sabem que é uma das maiores injustiças que se fez no desporto", afirmou Contador no programa El Transistor, da rádio Onda CeroPara Alberto Contador o seu palmarés inclui nove grandes voltas (três Giro, Tour e Vuelta), ainda que oficialmente sejam sete. "Não dou importância ao que possa aparecer num papel", disse.

Na entrevista, o espanhol revelou ainda o dia em que percebeu que estava na altura de se retirar. Aconteceu durante a Volta a França: "Cheguei ao Tour e no quinto dia, em Planche des Belles Filles, não se senti bem, mas salvei-me. Porém, chegou a nona etapa de Chambery. Caí duas vezes e isso eliminou-me na geral. Aos 25 anos pensas que terás outra oportunidade para ganhar, mas com a minha idade [34, faz 35 em Dezembro], já és velho e isso vê-se no rendimento da etapa. Nesse dia tomei a decisão de retirar-me."

Voltou-se a falar do adeus na Vuelta e do que fará agora. Repetiu o quanto foi bonita a sua despedida e desvendou que não tem qualquer intenção de ser director desportivo. Contador irá estar mais concentrado na sua fundação, nas equipas de jovens e na que será criada e que quer colocar no escalão Profissional Continental. No entanto, garante que pretende assumir o papel de um presidente e não de um director desportivo: "Acho que me provocaria muita tensão."

De entrevista em entrevista, Contador vai abordando a sua carreira, a sua vida, o seu futuro. A carreira acabou, mas a atenção mediática deverá continuar em alta durante mais algum tempo, principalmente em Espanha.

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