13 de setembro de 2017

Contador percebeu que afinal tinha quatro sonhos para concretizar enquanto ciclista

(Fotografia: Facebook Alberto Contador)
Pediram-lhe para ficar mais um ano, mas Alberto Contador respondeu que era assim que se queria despedir. Depois da forma como disse adeus na Volta a Espanha, primeiro com a vitória no Angliru, no dia seguinte com o pelotão a deixar o espanhol entrar isolado em Madrid e dar uma volta ao circuito final para assim receber a merecida ovação e depois com o autocarro da Trek-Segafredo a ser rodeado por centenas de pessoas que se quiseram despedir do ciclista, Contador regressou a casa, em Pinto - município da capital espanhola - para ser recebido como o campeão que é. "Gostaria de meter estes momentos numa caixinha e vivê-los daqui a uns anos novamente. Estou emocionado porque vejo pessoas que me viram crescer e que têm carinho por mim", salientou o ciclista (agora ex) na recepção perante uma multidão que encheu a praça principal de Pinto.

Estamos habituados a ver imagens destas quando uma equipa de futebol é campeã, por exemplo. Mas Contador deixou uma marca profunda no ciclismo e a sua terra (e não só) não o irá esquecer. El Pistolero - a alcunha perdurá no tempo - não cedeu ao apelo de competir mais um ano. "É o momento certo para deixar. Encontro-me com energia, mas há que dar espaço aos novos ciclistas. Quando me tornei profissional tinha três sonhos: ser profissional, competir no Tour e ganhá-lo. Este domingo dei-me conta que tinha um quarto: despedir-me desta maneira", referiu no discurso que fez na sua terra.

Com muitos descrentes perante a nova geração de ciclistas espanhóis, Contador deixa a sua palavra que "há corredores com muito futuro". Ele próprio vai ajudar a preparar novos talentos, pois através da sua fundação vai continuar a promover as escolinhas, juvenis e sub-23, mas também irá estar ligado a uma equipa Continental, admitindo que nos próximos anos possa vir a subir de categoria, talvez até ao World Tour.

Não o veremos disparar mais vitórias, mas parece que vamos continuar a ouvir e ver Contador, agora num outro papel no ciclismo. O próprio já brincou a dizer que os jornalistas vão gozar com ele quando engordar! É a nova vida pós profissionalismo que aí vem e Contador quer deixar a sua marca de outra maneira. Uma delas será na área da saúde. Já o faz há algum tempo, mas quer dedicar-se mais a ajudar quem tal como ele sofreu um aneurisma cerebral (em 2004): "Através dessa experiência que vivi quero que as pessoas conheçam essa doença e quero ajudar no que puder."

»»Carta aberta a Alberto Contador««

»»Houve mesmo um último disparo. Gracias Contador««

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