22 de outubro de 2016

Cavendish critica sistema de pontos que poderá deixar a Dimension Data fora do World Tour

(Fotografia: Team Sky)
No próximo mês serão conhecidas as equipas que vão receber as licenças World Tour para 2017. Porém, o mal-estar causado pela redução do número de 18 para 17, com 18 pretendentes, está a tornar-se num tema cada vez mais controverso, à medida que se aproxima a decisão final da UCI. Com a Dimension Data a ser a principal candidata a ficar de fora, depois de ter subido este ano, já não são só os responsáveis da equipa que falam desta situação. A estrela da equipa sul-africana, Mark Cavendish, disparou agora contra o sistema de pontos, considerando que não fazem sentido e que não promovem a procura pela vitória.

"Ganhar uma etapa na Volta a França é como estar em 12º ou 16º na classificação geral. Portanto, o que se vai fazer? Investir em alguém que não vai ganhar uma corrida e vai andar por ali, ou em alguém que vai vencer ao mais alto nível?", questionou o britânico, que está a competir na Volta a Abu Dhabi, tendo vencido a segunda etapa.

Cavendish refere-se ao facto das suas quatro vitórias e a de Steve Cummings no Tour terem garantido 20 pontos cada, os mesmos que Sergio Henao conseguiu por terminar na 12ª posição da geral.  Durante toda a temporada a Dimension Data somou 290 pontos, ficando longe da IAM Cycling (418) ou da Giant-Alpecin (435), já que a IAM acaba por não entrar nas contas do próximo ano, pois prepara-se para fechar portas. 290 pontos para uma Dimension Data que somou 32 vitórias este ano, só que a muitas foram em provas fora do calendário World Tour e o brilharete na Volta a França acabou por ser pouco compensado.

Para o ciclista também foi um erro o anúncio da redução de licenças ter sido feito a meio da temporada: "Não é o ideal quando se fez metade da época e percebe-se que se tem de conquistar mais pontos. Quando descobrimos, já só sobrava o Eneco Tour. Um lugar secundário na classificação geral valer o mesmo que uma vitória... não faz sentido."

Se as 18 equipas que apresentaram candidatura às licenças World Tour cumprirem todos os requisitos, o sistema de pontos deverá decidir quem fica de fora. Perante as contratações feitas pelas duas novas candidatas, a recém-constituída Bahrain-Merida e a Bora-Hansgrohe que quer subir de escalão, a formação do Médio Oriente soma 905 pontos e a alemã 864 (o que as colocaria no quinto e sexto lugar do ranking).

Associação Internacional de Equipas de Ciclismo Profissionais (AIGCP-sigla em francês) anunciou que irá lutar contra algumas das alterações anunciadas pela UCI e uma das exigências é que as 18 equipas que pediram licença World Tour a recebam. Caso isso não aconteça, a Dimension Data sofre um rude golpe nas suas aspirações, pois, pertencendo ao escalão Profissional Continental, terá de esperar por convites para participar nas grandes corridas.


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