11 de maio de 2018

Fim-de-semana com muitos quilómetros e alta montanha à espera do pelotão

(Fotografia: Giro d'Italia)
A subida ao Etna e as duas etapas anteriores bem intensas, deixaram as suas marcas nos ciclistas. A sétima tirada serviu principalmente para recuperar forças para o fim-de-semana e até o vento deu tréguas, permitindo que não houvesse o habitual stress quando o pelotão anda mais perto do mar. Foi mesmo dia para os sprinters, apesar de uma subida perto do final, que acabou por não provocar qualquer surpresa. Sam Bennett descobriu como bater Elia Viviani. Primeira vitória numa grande volta para o sprinter irlandês, que apesar de estar na Bora-Hansgrohe, tem conseguido não ficar na sombra de Peter Sagan. Tem a oportunidade de ir a outras corridas e no ano passado começou a dar garantias que a equipa também podia contar com ele para os grandes momentos que lhe proporcionassem.

(Fotografia: Giro d'Italia)
"Sinto-me aliviado. Já tinha ficado perto tantas vezes no Giro. Ter o timing certo foi a chave para muitos dos sprints aqui. Não é fácil bater o Viviani. Ele sabe mesmo que o está a fazer. A minha hora chegou e houve uma altura que pensei que nunca chegaria", admitiu Bennett após ter descoberto como bater um Viviani que tinha sido avassalador nos dois sprints, ainda em Israel. Para o irlandâes, de 27 anos, o segredo está em ter paciência, saber aguentar e resistir à tentação de arrancar cedo de mais. E não entrar em pânico quando parece que não está a correr bem, o que chegou a acontecer quando Bennett teve de deixar de pedalar para evitar toques e uma possível queda. Ainda assim, manteve-se na roda de Viviani e depois de dois terceiros lugar, venceu.

Os sprinters ficarão a partir de agora em segundo plano. Só a última etapa é completamente plana, com a 12ª e 13ª a serem as mais simpáticas, mas terão subidas de quarta categoria que podem proporcionar outro tipo de finais.

Subida final deste sábado, na segunda chegada em alto deste Giro
Voltamos a atenção para geral. Será um fim-de-semana com muitos quilómetros pela frente. No sábado serão 209 (entre Praia a Mare, onde acabou hoje a etapa, e Montevergine di Mercoglian) e no domingo 225. E de plano têm muito pouco. A primeira parte do dia de amanhã será um sobe e desce constante, com direito a uma acalmia antes da única subida categorizada (uma segunda). Será uma ascensão muito constante ao longo de cerca de 18 quilómetros. A pendente média é de 6%, com uma máxima de dez (ver imagem ao lado).

Simon Yates é o primeiro a dizer que precisa de ganhar tempo aos rivais, a pensar já no contra-relógio da derradeira semana, onde estará sempre em desvantagem para ciclistas como Tom Dumoulin e Chris Froome, apesar de ter estado bem no que abriu o Giro. Porém, eram apenas 9,7 quilómetros, contra os 34,5 que o espera na 16ª etapa.

Ainda assim, tendo em conta o panorama que espera os homens da geral no domingo, é possível que exista alguma tendência a guardar alguma energia. No domingo, entre Pesco Sannita e Gran Sasso d'Italia (Campo Imperatore), estarão uma segunda categoria e duas primeiras nos últimos 50 quilómetros. Praticamente nem há tempo para respirar entre uma e a que levará até à meta. Olhando ainda para a quilometragem, domingo promete ser um dia muito duro, mas segunda-feira haverá tempo para descansar, no segundo dia de pausa do Giro.

Como terminar esta primeira fase do Giro irá determinar a restante corrida para alguns ciclistas. Caso de Miguel Ángel López, com 2:12 de atraso. Ou o colombiano consegue tirar algum tempo, ou a Astana tem definitivamente de mudar os seus planos. À equipa cazaque resta ainda Pello Bilbao, no top dez, a 1:03. Mas mesmo Carlos Betancur (Movistar) que hoje ficou cortado e perdeu mais 23 segundos (está a 1:44) e Michael Woods (EF Education First-Drapac p/b Cannondale, a 1:39) também quererão tentar diminuir a diferença. E porque não pensar que Froome possa finalmente aparecer, sem ser a tentar recuperar distâncias para os favoritos. O britânico mantém uma aparente calma após uma semana difícil, que começou logo com uma queda ainda no reconhecimento do contra-relógio inaugural. E nas primeiras dificuldades, não esteve particularmente convincente. Já tem 1:10 para recuperar, o que não é muito habitual.

O Etna, na quinta-feira, deixou perceber que o Giro tem tudo para ser uma corrida muito aberta e atacada. E ainda bem! As etapas do próximo fim-de-semana (19 e 20 de Maio) têm tudo para ser memoráveis, mas não haverá tempo para poupanças neste que aí vem. Não com tantos pretendentes a mostrarem estar em bom nível em Itália.



Pode ver aqui as classificações. José Gonçalves terminou no grupo da frente, mantendo a 20ª posição, a 2:06 minutos. O ciclista português está a ser muito protegido pela Katusha-Alpecin e pela forma que tem demonstrado, é possível que se mostre este sábado.




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