7 de março de 2018

Cavendish candidato a azarado do ano

(Imagem: print screen)
Desejoso de deixar bem enterrado no passado o incidente da Volta a França, Mark Cavendish está a ser perseguido pelo azar. Duas quedas nas primeiras etapas de duas corridas! Numa abandonou ainda nem o pelotão estava a preparar-se para o arranque oficial, na outra nem teve tempo de decidir se abandonaria ou não, pois chegou fora do tempo limite no contra-relógio colectivo, ganho pela BMC. "A minha mãe diz que as coisas más acontecem às três. Esta foi a terceira, portanto vamos esperar que tenham desaparecido e que possamos trabalhar e ter uma fase decente", desabafou o director desportivo da Dimension Data, Roger Hammond.

Na equipa sul-africana nem se tenta esconder o desalento por mais esta queda de Mark Cavendish. O ciclista cortou a meta em Lido di Camaiore com o rosto ferido, a inchar, mas as marcas estendiam-se a mais zonas do corpo. "Foi uma queda grave. Mesmo grave. As quedas nos contra-relógios colectivos nunca são boas. Por definição eles vão muito rápido. Foi uma rajada de vento que não se estava à espera. Foi uma daquelas quedas em que te levantas e não sabes o que aconteceu", explicou Hammond. Apesar de na transmissão televisiva não terem sido mostradas imagens, o responsável afirmou que a equipa gravou o que aconteceu e vai agora analisar.

Uma queda nunca vem numa boa altura, mas esta deixa a Dimension Data a fazer contas sobre o futuro próximo de Mark Cavendish. O britânico queria disputar etapas no Tirreno-Adriatico - principalmente a desta quinta-feira -, mas com o pensamento na Milano-Sanremo, agendada para 17 de Março. O ciclista foi transportado para o hospital e no momento em que este texto é escrito ainda não há relato das consequências do incidente.

"Definitivamente as coisas não estão a decorrer a nosso favor e é muito frustrante. Começou-se bem no Dubai, mas agora...", disse Rolf Aldag, outro director, citado pelo Cycling News. Cavendish venceu a terceira etapa na Volta ao Dubai, foi segundo no primeira em Omã, mas depois em Abu Dhabi foi vítima de um acidente no mínimo insólito. Ainda nos quilómetros neutralizados, Cavendish foi contra o carro da organização. A RCS Sport admitiu que os veículos estavam equipados com o sistema de segurança de travagem, ou seja, quando uns ciclistas colocaram-se ao lado do carro, este activou automaticamente o travão. Quem vinha atrás... Cavendish bateu com a cabeça no chão e o ombro também não ficou muito bem. Nem começou a Volta a Abu Dhabi. Cinco semanas depois, o britânico regressa à competição... e acaba de novo a bater com a cabeça no chão.



A caminho dos 33 anos, Cavendish começou a temporada optimista depois de um 2017 para esquecer. Somou apenas uma vitória, em Abu Dhabi, sofreu de mononucleose que o limitou grande parte da época, obrigando-o mesmo a parar. Conseguiu recuperar a tempo de ir ao Tour, mas na quarta etapa esteve envolvido no incidente que terminou com uma queda muito aparatosa do britânico e uma muito discutível expulsão de Peter Sagan da corrida. Dois meses depois Cavendish regressou, mas sempre a pensar mais no ano seguinte e nos quatro triunfos que lhe faltam para igualar Eddy Merckx em conquistas de etapas na Volta a França.

Com tanto azar depois de um 2016 de tanto sucesso e que trouxe de volta o míssil da Ilha de Man aos grandes momentos - destacam-se as quatro tiradas no Tour e o sonho cumprido de vestir a camisola amarela -, a força mental de Cavendish está a ser constantemente colocada à prova. Falta saber se o mau aspecto das lesões correspondem ou não a lesões graves, mas estará sempre em causa mais uma recuperação física.



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