12 de novembro de 2017

O sucessor de Sagan que deixa as grandes equipas à espera de o contratar

Campeão nacional, europeu (na foto) e mundial, Pidcock já vestiu todas

as camisolas e tem apenas 18 anos (Fotografia: UEC)
Com a época de estrada em pausa no que diz respeito às principais equipas - ainda estão a realizar-se algumas corridas pela Ásia, por exemplo - as atenções viram-se para o ciclocrosse. É por esta vertente que anda um ciclista que tanto se deseja vê-lo definitivamente na estrada, mas o próprio admite que não será para já. Porém, Thomas Pidcock não irá conseguir adiar muito mais o inevitável. Tem apenas 18 anos e devem ser poucas as equipas que não esteja de olho nele. Dizem que poderá ser melhor do que Peter Sagan, mas o próprio sorri quando recorda que na primeira corrida em que participou foi batido por uma rapariga.

"Não foi uma rapariga qualquer", realçou Pidcock, recordando como Pfeiffer Georgi, também britânica, foi sétima nos Mundiais no contra-relógio e sexta na prova em linha no escalão de juniores. Já num nível mais a sério, ganhou a primeira corrida que fez de ciclocrosse... com uma bicicleta de BTT. Em Bergen, Pidcock sagrou-se campeão do mundo no esforço individual, mais um título em júnior para juntar ao que tem em ciclocrosse, conquistado em Fevereiro. Este jovem britânico é puro talento e não é de admirar que a Sky esteja muita atenta ao ciclista que simplesmente parece fazer o que quer numa bicicleta. Faz lembrar Sagan, um dos seus ídolos, pois claro, até porque têm desde logo em comum uma faceta na personalidade: ambos encaram o ciclismo como uma forma de divertirem-se a competir. Não são menos profissionais por isso, apenas gostam de mostrar mais do que apenas vitórias. Sagan conhece-se bem, Pidcock saltou para a ribalta quando terminou uma corrida em pose de Super-Homem na bicicleta. Saltou para a ribalta mediática, leia-se, pois desportivamente o britânico já recebe muita atenção apesar de apenas ter 18 anos.

Por altura dos Mundiais, em Setembro, um responsável da Team Wiggins tinha informado que Pidcock iria correr pela equipa do antigo ciclista. Até faria sentido, pois Pidcock considera Bradley Wiggins como o melhor ciclista britânico. Mark Cavendish não precisa de ficar com ciúmes! Pidcock também o teve como ídolo, ainda que diga que o primeiro foi o seu pai, aquele que cresceu a ver competir, também como sprinter.

Ainda durante os Mundiais, o pai de Pidcock desmentiu a suposta contratação. Havia mais propostas a analisar e a paixão pelo ciclocrossee era demasiada para deixar a modalidade de parte. A escolha recaiu em manter-se na Telenet-Fidea Lions do belga Sven Nys, que já havia anunciado em Junho. Equipa desconhecida para muitos, mas uma das mais fortes no ciclocrosse. "Decidi aceitar esta oferta porque colocaram à minha disposição o melhor material e porque me pagam bem para fazer o que mais gosto: ciclocrosse", afirmou ao jornal belga Het Nieuwsblad.

Contudo, no próximo Verão parece que iremos ver Pidcock na estrada e numa grande equipa. Qual? Teremos de esperar. O jovem britânico deixa, ainda assim, o aviso que irá continuar com o ciclocrosse por mais três anos, pelo menos, e perante a procura que já tem, quem o queira contratar terá muito provavelmente de ceder neste aspecto. Claro que chegará o momento em que a passagem definitiva para a estrada será inevitável.

E há já uma corrida que tem marcada como objectivo: Paris-Roubaix. Eis uma escolha que não surpreende... "É pura, dura. É o homem contra os elementos. Uma corrida magnífica. Icónica!" Thomas Pidcock já a fez e venceu na categoria de juniores. Se contabilizarmos também a passagem pela pista, estamos a falar de um ciclista que já venceu mais de 100 corridas. Além do título mundial, também conta com o europeu e nacional.

Talento, confiança, ambição, um jovem que sabe bem o que quer e que não tem problemas em dizer a homens fortes do ciclismo mundial que terão de esperar para o conseguir contratar. Aos 18 anos colocar as expectativas tão altas é sempre um risco, talvez seja por isso que Thomas Pidcock seja um daqueles ciclistas que mais rapidamente se quer ver na estrada para ver como evolui e se, de facto, se estará perante o próximo fenómeno do ciclismo mundial. Para já, o estatuto mantém-se com Sagan. "Encanta-me o seu estilo. A forma como lida como se tudo fosse o jogo. Compete pela diversão de competir. Eu também vejo assim", salientou.


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