10 de outubro de 2017

Valverde não se quer intrometer na ambição de Quintana e Landa no Tour

(Fotografia: Facebook Movistar)
Nairo Quintana, Mikel Landa e Alejandro Valverde. Três líderes de luxo, de ambição e enorme qualidade numa só equipa. Como gerir? Para Valverde não haverá problemas. O espanhol assumiu que não quer a Volta a França, que os seus companheiros - no caso de Landa, futuro companheiro, mais precisamente - tanto ambicionam. É Valverde a ser inteligente em todos os aspectos da sua carreira. Giro, Vuelta e os Mundiais estarão entre os objectivos, com principal foco na camisola do arco-íris que falta ao seu invejável currículo. Tem seis medalhas, mas nunca ganhou. E claro a sua Flèche Wallonne (cinco vitórias) e a Liège-Bastogne-Liège (quatro) são para vencer novamente.

Para já, o objectivo é recuperar totalmente das graves lesões sofridas no contra-relógio inaugural do Tour e que chegaram a levantar dúvidas sobre a carreira de Valverde. O pior não se confirmou. O espanhol de 37 anos confessa que ainda sente algum receio quando treina, principalmente em dias de chuva. Porém, já faz uma média de 700 quilómetros por semana e aos poucos vai recuperando o ritmo certo para regressar às corridas. Não irá voltar à competição este ano, como chegou a ser avançado, mas 2018 é para ser de vitórias, como estava a ser 2017 até ao dia 1 de Julho.


As cicatrizes que ficaram da queda em Dusseldorf
(Fotografia: Facebook Movistar)
"A recuperação física tem sido perfeita. Sofri mais mentalmente do que com as dores das feridas", admitiu Valverde numa entrevista ao El País. O seu calendário para a próxima temporada ainda não está definido, mas fica claro que Valverde não se quer meter no meio da ambição de Nairo Quintana e do reforço Mikel Landa, a não ser que assim lhe seja pedido pelo director Eusebio Unzué. Formar um tridente na Movistar no Tour não é algo que o atraia especialmente. "É-me indiferente, mas se o director me dissesse faz tu o calendário, diria: clássicas, Giro, Vuelta e Mundial. Porquê? Porque tenho poucas oportunidades para ganhar o Mundial. Tenho seis medalhas, mas nenhuma de ouro. Nenhuma! [O percurso de] Innsbruck é muito, muito duro. Se tudo correr bem..." salientou o espanhol.

Valverde falou ainda de Quintana e da desilusão do colombiano no Tour depois de ter perdido aquele que seria um braço direito muito importante logo na primeira etapa: "Exigiu-se muito a Nairo. Compete com muitos adeptos a apoiá-lo e se vê que não consegue render, vai um pouco abaixo. Tem uma mentalidade forte e é um ganhador. É muito exigente. A ver se mentalmente ficou mais fresco e começa bem o próximo ano."

Com Alberto Contador proporcionou uma enorme rivalidade espanhola, que agora chega ao fim com a retirada do ciclista da Trek-Segafredo. "Foi uma obsessão minha. Somos espanhóis e dá sempre gosto ganhar a grandes figuras, ainda mais se forem espanholas. O Alberto é muito competitivo em todas as corridas. Sempre tivemos uma rivalidade desportiva. Ganhar-lhe era como... 'Olha, ganhei ao Alberto'. Mas era apenas [uma rivalidade] a nível desportivo, não mais do que isso", contou.

É o joelho que ainda preocupa Valverde, mas aos poucos diz sentir-se melhor e as indicações para uma total recuperação são boas. Teremos de esperar por 2018 para ver o ciclista de Múrcia, conhecido por Bala, de regresso às corridas, depois de este ano ter conquistado 14 vitórias (número que inclui etapas, classificações gerais, de pontos e montanhas), senda interrompida pela violenta queda em Dusseldorf.

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