30 de outubro de 2016

Doping: Rui Carvalho e Alberto Gallego só podem regressar em 2019

Alberto Gallego foi imediatamente despedido
pela Caja Rural após o resultado do teste de  antidoping
Rui Carvalho era visto como um dos talentos emergentes do ciclismo nacional. Alberto Gallego tinha tido o mesmo estatuto, mas em Espanha, e ao serviço da Rádio Popular-Boavista confirmou as expectativas e preparava-se para se estrear na Caja Rural. Dois ciclistas de tremendo potencial e que agora vêem as suas carreiras talvez irremediavelmente arruinadas devido ao doping. Suspensos há vários meses, os ciclistas souberam agora que só poderão regressar à competição em 2019.

Ambos são jovens e terão tempo para ainda tentar voltar, mas quatro anos é muito tempo perdido na evolução que ambos necessitariam de ter para sonhar alto. Alberto Gallego foi o caso mais mediático. A 3 de Janeiro, ou seja, no terceiro dia de contrato com a Caja Rural, aquele que parecia ser um grande passo na sua carreira, tornou-se num gigantesco passo atrás. Num controlo surpresa, Gallego acusou estanozol, um esteróide anabolizante mais frequentemente utilizado por culturistas. O espanhol foi suspenso e a Caja Rural não hesitou: despediu o ciclista.

Numa carta aberta enviada ao site espanhol Biciciclismo, Gallego explicou na altura que não tinha tomado a substância nem de forma consciente, nem inadvertidamente. O espanhol falou com os médicos para saber que substância se tratava e confirmou que todos os suplementos que tomava não continham estazonol. "Para mim é óbvio que se não tomei propositadamente e se não está nos rótulos [dos suplementos], então eu sou uma vítima", escreveu Gallego, que referiu ser uma vítima de contaminação no laboratório.

A defesa não resultou e a suspensão determinada pela UCI é de três anos e nove meses, que começou a contar a 3 de Janeiro e termina a 25 de Outubro de 2019, ou seja, quando estiver a um mês de cumprir o seu 28º aniversário.

Já Rui Carvalho recebeu quatro anos de suspensão, isto é, até 17 de Julho de 2019, depois de um positivo num teste durante a Volta a Portugal do Futuro no ano passado, na qual venceu uma etapa. O teste antidoping detectou o uso de esteróides anabolizantes. O jovem, de 21 anos, era uma das referências no escalão de sub-23, tendo em 2015 somado vários resultados muito interessantes, mostrando-se cada vez mais como um bom trepador. Integrava ainda os trabalhos da selecção nacional.

Dois jovens ciclistas com o futuro em suspenso na modalidade. E já se sabe, mesmo que regressem e por mais que aleguem inocência, viverão sempre rodeados de um clima de desconfiança.

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