Diego Suta: quando o sonho do ciclismo acaba de forma trágica

Diego Suta tinha 22 anos (Fotografia: Twitter)

A Volta da Juventude na Colômbia é um evento que atrai muitos olheiros das principais equipas. Com os colombianos em alta com nomes como Nairo Quintana ou Johan Esteban Chaves, entre tantos outros, a procura por jovens ciclistas deste país é grande. Diego Andrés Suta sabia disso. Por isso, lutou por uma oportunidade numa equipa que lhe permitisse estar na prova. Mas o ciclismo que tantos jovens faz sonhar, pode acabar com esse sonho da maneira mais trágica. Suta perdeu o controlo da sua bicicleta aos 12 quilómetros da segunda etapa, entre Pasto e El Bordo (Cauca). Chocou contra as protecções da estrada... teve morte instantânea. Tinha 22 anos.

A notícia da morte de Suta provocou reacções de ciclistas como o também colombiano Jarlinson Pantano, Óscar Sevilla (espanhol, mas com raízes colombianas) e Jhonatan Restrepo (ciclista da Katusha que está a participar na Volta a Espanha) até usou uma faixa preta no braço em sinal de luto.

Today @JhonatanRVal in #LV2016 with black ribbon around arm after accident Diego Suta. #CiclismoDeLuto pic.twitter.com/2SXqOoCprS

— Team KATUSHA (@katushacycling) 31 August 2016

A repercussão do acidente de Diego Suta acabou por ir além fronteiras, muito porque o ciclista representava uma juventude que luta contra a pobreza acreditando e trabalhando para concretizar o sonho do ciclismo. Chamavam-lhe "El Pibe" por causa da sua cabeleira que o distinguia no pelotão. Nasceu numa terra perto de Bogotá e pouco estudou, pois a família não teve dinheiro para que continuasse na escola, segundo escreve o El Tiempo.

A sua paixão eram as bicicletas, mas a prima com quem vivia em Nemocón, explicou que Suta trabalhava numa fábrica, onde "ganhava pouco dinheiro, mas sempre pagava a comida". "Não era um rapaz louco, mas sim focado, sem vícios, não fumava. O ciclismo era a sua vida", contou Gloria Hernández, que garantiu que Diego Suta era muito dedicado nos treinos, com objectivo de ser profissional.

Admirava Rigoberto Urán, mas era um rolador, como referiu um colega da equipa Iceberg Bike, Jhon Zambrano. Naquele dia iam tentar uma fuga na etapa. Foi a táctica combinada ao pequeno-almoço. Suta tentou precisamente isso. Ganhou velocidade na descida e perdeu o controlo da bicicleta. Bateu com o peito nas protecções. Os colegas não se aperceberam do acidente e só foram informados da morte de Suta no final. Porém, no carro de apoio, o mecânico apercebeu-se que um dos seus ciclistas estava no chão. O director desportivo recordou que quando foram ver aperceberam-se que era Diego Suta. Mauricio Acosta contou que a ambulância chegou nem três minutos depois: "Não se pôde fazer nada e a nossa impotência foi o pior daquele momento".

Diego Suta tinha apalavrado com a equipa fazer mais uma competição. Tentava ir percorrendo o difícil caminho até ao profissionalismo. O seu sonho não teve o final feliz de outros compatriotas. Terminou tragicamente.